Jerci Maccari

Jerci Maccari nasceu em 1949 em Urussanga/SC, Brasil, e foi um garoto tímido, criativo, tinhoso e voluntarioso de certa forma; filho de agricultores, o mais velho entre 10 irmãos. Aos 4 anos de idade, mudou-se para Francisco Beltrão/PR, Brasil, onde viveu sua infância no campo, assistindo à rotina diária de seus familiares plantando e colhendo, participando da natureza dia após dia.

Sentiu-se atraído pelas cores ao ver um pinheiro desenhado por uma prima no natal, e insistiu com sua mãe até ela comprar-lhe uma caixa de lápis de cor de 6 cores, com os quais fazia os mesmos desenhos que sua mãe bordava em fronhas e lençóis. Aos 7 anos, diferenciou-se dos colegas de escola pela habilidade no desenho e no manuseio das cores.

Motivado por uma educação mais qualificada e uma vontade de seguir a carreira religiosa, resolveu aos 13 anos partir para o Seminário de Ibicaré (SC), Brasil, onde recebeu intensa formação humanístico-religiosa e uma educação impecável. Foi então que seu dom artístico se acentuou, experimentando novos materiais como a aquarela, o giz de cera e a tinta guache.

O tempo de Ibicaré durou 5 anos, e o próximo passo era sua transferência para o seminário de Pirassununga, onde cursou o Curso Clássico no período de 1967 a 1969, tempo suficiente para conhecer artistas, enveredar mais intensamente pelo mundo das artes, ter acesso a livros e revistas de arte. Após este período, se transferiu para a casa religiosa de Valinhos para cursar Filosofia.

Em 1972, dois anos antes de desliga-se definitivamente da vida religiosa, entra num curso livre de pintura no Conselho Municipal de Cultura de Valinhos, onde recebe orientações do artista plástico Sebastião Guimarães que percebe de imediato o talento de seu novo aluno e o encaminha para o mundo da arte moderna, mostrando-lhe vários caminhos. Após o desligamento de Sebastião Guimarães do Conselho Municipal de Cultura, Jerci Maccari perde sua referência e começa uma trajetória artística mais livre de amarras, começando sua produção artística independente.

Atualmente pinta suas telas com tinta a óleo ou acrílica, onde reproduz imagens de sua infância no campo. Na ânsia de encontrar linguagem própria, marcante e pessoal, busca na sua fonte, na sua origem, aquilo que lhe é mais caro, e suas referências afetivas começaram a dominar suas composições, ao ponto de ser por elas completamente dominado. Na busca de ter perto de si seus familiares, todos eles se tornaram personagens de suas telas, como forma de mantê-los, ainda que ficticiamente, todos perto de si, como resgate psicológico e afetivo. Ao mesmo tempo, desenvolve uma narrativa sócio-geográfica-cultural e histórica da agricultura familiar, largamente praticada na região sul do país, com grande influência da imigração europeia ao Brasil no início do século XX.

A ausência do rosto de seus personagens é uma crítica social à pouca importância dada ao trabalhador rural, a mão de obra fundamental e indispensável, produtora do alimento, que sem ela, nós cosmopolitas, morreríamos de fome. Ausência de rosto, sem identidade, faz com que o retratado se torne um personagem universal, que, de acordo com o olhar de cada espectador, poderá lhe dar qualquer outra identidade, de acordo com o meio em que vive.

Principais exposições individuais:

– 2018, Jerci Maccari: a arte por uma saúde melhor, Irmandade Santa Casa de Misericórdia, Valinhos, Brasil

– 2017, Expo-mulher, Francisco Beltrão, Brasil
– 2015, Ritorno Alle Origini – Centro Cultural de Urussanga, Urussanga, Brasil.
– 2014, Trajetória das Cores, Espaço de Arte da Estação Guanabara – Unicamp, Campinas, Brasil.
– 2011, Arte nas Colunas, Centervale Shopping, São José dos Campos, Brasil.
– 2002, E a Primavera Chegou, Espaço Cultural V Centenário – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil.
– 1999, E a Primavera Chegou, Parque Fernando Costa, São Paulo, Brasil.

Principais exposições coletivas:

– 2020, V Exposición Internacional de Arte Postal en Avilés, Spain (online)

– 2020, Salón Anual de Pintura Enrique José Larrañaga, San Andrés de Giles, Argentina (online)

– 2020, Salón de Arte Internacional Corporación Grupo Tanagra, Chillán, Chile (online)

– 2020, Salão de Artes Visuais de Vinhedo/SP, Brasil

– 2020, Conexões: Valinhos – Vinhedo, Brasil (online)

– 2020, Arte Pela Cruz, Mogi-Mirim/SP, Brasil

– 2019, Álbum de Figurinhas: artistas de Valinhos, Valinhos, Brasil

– 2018, Salvem Nossos Figos, Valinhos, Brasil
– 2017, Olhares, Santuário de Aparecida/SP, Brasil – Comemoração dos 300 anos de aparição de Nossa Senhora Aparecida
– 2017, Ocupe.Arte, Valinhos/SP, Brasil
– 2009, Quinto Panorama das Artes Plásticas Contemporâneas de Campinas, Campinas, Brasil.
– 1997, Brasilian Art – Vasp Art Gallery, Califórnia, Estados Unidos.
– 1996, Imaginação vendo além das aparências, Academia Campinense de Letras, Campinas, Brasil.
– 1996, Artes Plásticas Na Lusofonia – Palácio Dom Manuel, Évora, Portugal.
– 1988, Sete Visões Contemporâneas de Arte Sacra, Centro de Cultura Artística de Campinas, Campinas, Brasil.
– 1988, Arte Brasileira, Galeria Casa de Arte Brasileira, Campinas, Brasil.

Principais publicações:

– 2018, Nossa Itália Brasileira, Organização de Claudia Mussi e Francesco Cherubin, ISBN 978-85- 924029-0-7
– 2017, Livro Didático Aprender Juntos, Editora SM.
– 2014, Arte em Destaque, Silvamarts Gráfica e Editora.
– 2011, Obra Prima: valorizando talentos, Lince Gráfica e Editora.
– 2010/2011, Anuário Luso Brasileiro de Artes, Anjos Art Gallery.
– 2010, A Coleção de Arte dos Contabilistas, Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo.
– 2006, Agricultura Familiar: desenvolvimento sustentável e solidário, FETRAF-SUL.
– 1985, Três Expoentes da Pintura Ingênua Popular, Luiz Ernesto Kawall, Glasurit do Brasil.

Site: https://www.jercimaccari.com.br/

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